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Sinal sete sete quatro. Marca jota-cê barrado. Meu pingo baio gateado Tapejara da fronteira. Cabeça esperta, faceira, Pede boca e não dá trégua. Seu dia tem doze léguas De pura marcha estradeira.
Não montei melhor cavalo Andador de contra-passo. Bom de boca e campeiraço, Cincha solito um novilho. Apartei-o ainda potrilho Pra ser cavalo de lei. E, cavalo que eu domei Se apresenta pro lombilho, É quebra o baio gateado... E qual gateado não é? Mas não me deixa de-a-pé Nem refuga campeireada. Já quebrou muita geada, Já empurrou muita porteira, Já varou noites inteiras Em surungos de ramada.
Guasqueei, pra ele, umas garras Num mês de julho chuvoso. Gaudério, mas caprichoso, Me orgulho do meu gateado. Sou pachola e entonado Porque sei que o chinaredo Comenta, apontando o dedo: -Lá vai o Moro Machado.
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Autor: Iberê Machado
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